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26/04/2020

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Programação Regional:
DIAG 2011 São Paulo


Gagueira: histórias que mobilizam
Acompanhe aqui os Relatos de Histórias que Mobilizam, relacionados à Gagueira:


T. - 44 anos - Pedagoga - Familiar de pessoa que gagueja

Ao se planejar e esperar um filho há preocupações com pré-natal, parto, primeiros cuidados, vacina, teste do pezinho, da orelhinha, mas ninguém supõe a possibilidade de seu filho ter gagueira. Assim foi conosco com a chegada do JV: muito cuidado, carinho e atenção até que ao procurar uma fonoaudióloga para tratamento quanto à troca do r pelo l, fomos informados que nosso filho tinha gagueira. Foi uma surpresa, seguida de momentos de angústia pelo desconhecimento sobre o assunto e a falta de formação específica, em gagueira, da profissional que nos atendeu naquele momento. Nosso filho ficou 2 anos em tratamento e a fonoaudióloga não conseguia evoluir no trabalho. As sessões pareciam mais psicoterapia e, nas sessões de retorno jogava uma culpa imensa nos pais. Cada encontro era uma novidade, dizendo que o problema foi no desmame, depois na retirada das fraldas e na relação do casal. No meio do tratamento minha angústia era tão grande que comecei a buscar informação na internet. Foi quando descobri a ABRAGAGUEIRA e o INSTITUTO BRASILEIRO DE FLUÊNCIA. Troquei e-mail com especialistas, li livros e recebi informações esclarecedoras por meio dessas organizações. E para nossa tranquilidade, conhecemos uma profissional especializada em gagueira que apresentou informações científicas sobre avanços no tratamento da gagueira. Trocamos prontamente de profissional! Ela nos explicou a proposta do trabalho, que o objetivo era reduzir o nível da gagueira e conscientizar o JV quanto ao seu papel de portador da gagueira. O tratamento durou um ano. Nosso filho criou uma imagem positiva de aceitação de sua fala e a gagueira foi reduzida, conforme proposto pela profissional. É um menino inteligente e cheio de argumentação na sua fala. Não basta ser fonoaudiólogo para tratar, o profissional tem que ser um estudioso do assunto e se especializar!


D.S, 25 anos, estudante de Administração – Pessoa que Gagueja

Hoje é o dia de atenção a gagueira. Para mim é como todos os dias, pois sempre preciso estar atento aos bloqueios e deslizes da minha fala. Minha história com a gagueira é longa, remete à minha primeira infância. Logo, estou atento há muitos e muitos dias, e fico feliz que mais pessoas possam estar atentas a essa disfunção, inclusive as que não sofrem deste mal.

Falando nisso, o que é ser uma pessoa que gagueja? Não é simples responder, mas imagino que seja uma pessoa que precisa tomar cuidado em determinadas situações em que vai falar, pois de fato há situações que podem deixar a pessoa que gagueja constrangida. Vendo por este lado, todas pessoas têm situações que precisam planejar para conseguir enfrentar, cada uma com seus problemas. Eu preciso me concentrar mais do que os outros para tentar falar aquilo que sinto e que penso. Acredito que isso é isso que a gagueira provoca na gente, por meio de bloqueios e repetições da nossa voz.

Mas o que fazer para melhorar? Eu fui levado a terapia quando era pequeno sem muita consciência, vindo bem mais tarde, com vinte e três anos, procurar atendimento especializado. Lá eu entrei em contato com o que havia de melhor na minha cidade para os portadores de gagueira. Então se eu pudesse aconselhar a pessoa que gagueja - seja a gagueira dela leve ou aguda, crônica ou eventual -, eu sugiro que faça o que tiver a sua disposição, mas caso tiver possibilidade de começar com profissionais da fonoaudiologia especializados em gagueira, não perca tempo. Eles são as melhores pessoas para isso. E embora não haja cura absoluta para eventuais bloqueios e hesitações, existe a possibilidade de se aceitar e deixar com que a gagueira não ocupe tanto lugar assim na sua vida!”


G. - 48 anos - psicólogo - pessoa que gagueja

Sem falsa modéstia sou um bom exemplo de superação da gagueira. Lembro numa ocasião quando tinha 16 anos e era office-boy de um Hotel. Fui encaminhado ao cartório para fazer um serviço. Quando cheguei lá peguei uma senha e fiquei aguardando ser atendido. Percebi, no entanto, que outras pessoas passavam na minha frente. Tentei sem sucesso que fosse atendido algumas vezes, até que perdi a paciência e parti para briga (comecei a reclamar do atendimento). Como gaguejava muito por causa do nervosismo, simplesmente não entendiam absolutamente nada do que falava. Foi então que chamaram alguém da minha empresa para saber o que estava acontecendo.

Hoje com 22 anos de trabalho na CAIXA, 10 anos atuando como gerente, e atualmente como instrutor na CAIXA. Psicólogo de formação com especialização em Gestão de Pessoas (ambos na UFSC). Também Empresário, pois possuo uma Padaria no Norte da Ilha. Tenho três filhos e um enteado, uma filha adotiva e um neto. Nenhum deles apresenta gagueira.

Não tive suporte familiar para tratar a gagueira. Pelo contrário, sempre fui motivo de zombaria. Tive seis irmãos, dos quais cinco homens. Sou o único que apresentou gagueira. Não tenho notícias de descendentes com gagueira. Além da gagueira, apresentava diversos outros distúrbios, que obviamente não vem a interessar, mas que somados eram juntos um enorme obstáculo a ser vencido. Hoje me sinto assim, UM VENCEDOR!


W. - jornalista - Pessoa que Gagueja

O único gago que não gagueja

O título deste texto saiu da boca da escritora P. F., no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, em 2007,depois que terminou o sarau recheado por papos e textos de S. Q., A. E. R., J. N., S. F. e eu, no dia 15 de julho. Isso porque, logo no comecinho de minha fala, avisei que sou gago e fiz referência ao poeta A. F. F.. Contei que A., em uma entrevista, disse que a gagueira dele, de certa forma, se traduz também em seus poemas, que tem, acha o cara, um ritmo difícil, a exigir esforço do leitor. A gagueira é assim: exige esforço do falante e esforço do ouvinte, ambos condenados à paciência.
O comentário da P. foi porque – isso eu não disse – minha gagueira é eventual. Manifesta-se ao acaso, sem eu saber quando, nada tendo a ver com nervosismo, insegurança ou qualquer desses motivos que os não-gagos costumam imaginar e sacar logo do bolso para tentar dar conta de meuatrapalho. Ou do atrapalho de outros gagos. Naquele dia, não se manifestou.
Sartre, em uma reflexão sobre a viscosidade, disse que as coisas viscosas – gosmentas, pode-se dizer - causam incômodo (ou nojo) nos humanos porque não são sólidas, nem líquidas, nem gasosas. E nem são plasma, o quarto estado da matéria, que a ciência pôs em cena há alguns anos. A viscosidade é uma espécie de “marginália” da natureza.
O gago também é uma espécie de marginal da natureza. Não é um “portador de necessidades especiais” e, por isso, não tem acesso gratuito a ônibus, nem tampouco alguém se levanta para que ele se sente, nem mesmo como um exercício de compensação de alguma “dívida moral” da sociedade, tão farta em piadinhas sobre gagos.
A gagueira é a gosma da linguagem.***


C., 58 anos, Professor de Nivel Superior – Pessoa que Gagueja

Professor X Gagueira

Tornei-me professor mesmo com a minha deficiência no falar, se é que isso é realmente deficiência. Sei que busquei me entender com a minha gagueira e com isso minimizei esse meu problema. E o que foi mais importante e de uma grandeza para mim incalculável, foi o momento em que busquei me aceitar.

No momento em que me omitia e negava-me a querer falar com as outras pessoas para não ouvirem o meu gaguejar, achava eu que isso era mais confortável, mas só tinha mesmo valor para alimentar a minha solidão e à desvalorização como ser humano.

A minha experiência de vida, com o passar do tempo, me mostrou que nunca somos o que gostaríamos de ser, por mais que sejamos lindos, elegantes, atraentes, inteligentes e famosos, ainda falta alguma coisa para a plenitude da nossa satisfação. Aprendi também que não precisava absorver e aceitar características externas estereotipadas que me rotulavam e que queriam me podar socialmente.

A minha gagueira precisa que eu fale para que eu lhe dê vida. E nesse meu falar estou sempre buscando alimentá-la. O interessante nisso tudo é que, quando eu canto ela fica contemplando a minha melodia, quando eu durmo, ela adormece comigo e sei que quando morrer morreremos juntos.

Como professor percebi o quanto eu tinha ainda a aprender, desenvolver e contribuir. Entendi que, apesar de ser diferente, precisava fazer sempre o melhor possível, me aceitar e superar as minhas dificuldades de maneira que pudesse atender aos outros e a minha felicidade.

Texto extraído do meu Livro: Educação, obrigado pelo meu falar. Já na editora Livre Expressão, com previsão para lançamento em novembro de 2011.

Relato de histórias de vida:

Pessoas que gaguejam, familiares, amigos e profissionais estão convidados a nos enviarem o relato de sua história.

Os relatos deverão ter até 300 palavras e poderão ser editados antes de serem publicados no site do IBF. Enviar para [email protected] ou compartilhe aqui.

Os relatos deverão ter a seguinte estrutura:

- Identificação: [nome completo, primeiro nome, inicial ou pseudônimo]

- Idade:

- Grupo: [pessoa que gagueja, familiar, amigo ou profissional]

- Profissão:

- Relato:


Observação Importante:


O preenchimento do consentimento de uso do texto ou da imagem é obrigatório, sem ele, não poderemos publicar seu relato. Envie-nos o documento abaixo assinado pelo Correio para o endereço do IBF que está no rodapé da página principal ou scaneado para o e-mail: [email protected] Documento de Autorização


Folder do DIAG

Visualize aqui o folder do DIAG


DIA INTERNACIONAL DE ATENÇÃO À GAGUEIRA

Em parceria com a Stuttering Homepage, o IBF disponibiliza o link da 14a Conferência online: www.stutteringhomepage.com

O IBF já participou anteriormente desta conferência (2008 e 2009) e neste ano participa mais uma vez, através de sua presidente. Dra Anelise Junqueira Bohnen é a única representante brasileira nesta 14ª edição.

São ao todo 47 trabalhos, depoimentos e relatos de profissionais e de pessoas que gaguejam de vários países do mundo.

As conferências online podem ser acessadas livremente de 01 a 22 de Outubro de 2011. Para os que não dominam o Inglês, a Stuttering Homepage oferece tradução diretamente em seu espaço.

Os leitores podem fazer perguntas para quaisquer dos autores, inclusive para professores renomados da área, na seção Office Hours - The Prof is in.

Participe!


International Stuttering Awareness Day - ISAD

In partnership with the Stuttering Homepage, The Brazilian Fluency Institute shares with all the address of the 14thonline conference: www.stutteringhomepage.com

The BFI has previously participated in this conference (2008 and 2009) and is present once more this year, through its president. Dr Anelise Junqueira Bohnen is the only Brazilian on this 14th conference.
There are altogether 47 papers, testimonies and reports of professionals and people who stutter from countries throughout the world.
The conference can be accessed freely from 01-22 October 2011.

For those who need help with English, the Stuttering Homepage offers translation.
Readers can ask questions to any of the authors, especially to renowned teachers of the area, who will be online at Office Hours - The Prof is in.

Join in!


Programação Nacional:

O que você fará para o DIAG?

Encaminhe ao IBF as suas programações locais para nosso contato.

Elas também serão divulgadas na Stuttering Homepage!

Os profissionais que irão realizar atividades em suas cidades podem enviar a programação para ser divulgada no site do IBF.

Enviar os dados a seguir para o email [email protected] ou Link regional aqui:

• Responsável:
• Data:
• Horário:
• Local:
• Descrição da atividade:


Realização Nacional
:

CEFAC- Saúde e Educação

HSPE- Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Estadual

IBF- Instituto Brasileiro de Fluência

FM-UFRJ - Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro

CFFa - Conselho Federal de Fonoaudiologia


Comissão Organizadora:

Fonoaudiólogas:

• Ignês Maia Ribeiro (CEFAC e IBF): (11) 9988-9500 ou [email protected]

• Eliana Maria Nigro Rocha (HSPE e IBF): (11) 7482-8866 ou [email protected]

• Sandra Merlo (IBF): (11) 8102-3461 ou [email protected]

• Leila Nagib (UFRJ e IBF): (21) 9342-7984 ou [email protected]

• Anelise Junqueira Bohnen (IBF): (51) 9951-0975 ou [email protected]